quarta-feira, 21 de julho de 2010

Modernismo no Brasil


O modernismo brasileiro foi um amplo movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do século XX, sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas.

Comparado a outros movimentos modernistas, o brasileiro foi desencadeado tardiamente, na década de 1920. Este foi resultado, em grande parte, da assimilação de tendências culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial, tendo como exemplo do Cubismo e do Futurismo, refletindo, então, na procura da abolição de todas as regras anteriores e a procura da novidade e da velocidade. Contudo, pode-se dizer que a assimilação dessas ideias europeias deu-se de forma seletiva, rearranjando elementos artísticos de modo a ajustá-los às singularidades culturais brasileiras.

Considera-se a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922, como ponto de partida do modernismo no Brasil. Porém, nem todos os participantes desse evento eram modernistas: Graça Aranha, um pré-modernista, por exemplo, foi um dos oradores. Não sendo dominante desde o início, o modernismo, com o tempo, suplantou os anteriores. Foi marcado, sobretudo, pela liberdade de estilo e aproximação com a linguagem falada, sendo os da primeira fase mais radicais em relação a esse marco.

~~Primeira Fase~~

Iniciado pelo polêmico manifesto de Oswald, conta com Alcântara Machado, Mário de Andrade (com a publicação de um capítulo de Macunaíma em seu 2º número), Carlos Drummond (3º número, publicou a poesia No meio do caminho); além de desenhos de Tarsila, artigos em favor da língua tupi de Plínio Salgado e poesias de Guilherme de Almeida. Alcântara Machado (1901-1935) Cassiano Ricardo (1895-1974) Guilherme de Almeida (1890-1969) Manuel Bandeira (1886-1968) Mário de Andrade (1893-1945) Oswald de Andrade (1890-1853)


~~Segunda Fase~~

Mais definida ideologicamente, foi iniciada pela ruptura dos Andrades. Nesta fase, há a participação de Oswald, Bopp, Geraldo Ferraz, Oswaldo Costa, Tarsila, Patrícia Galvão Pagu. Os alvos das críticas são Mário de Andrade, Alcântara Machado, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia e Plínio Salgado.

~~ Autores ~~

-Antônio de Alcântara Machado (1901-1935)
-Cassiano Ricardo (1895-1974)
-Guilherme de Almeida (1890-1969)
-Juó Bananére (1892-1933)
-Manuel Bandeira (1886-1968)
-Mário de Andrade (1893-1945)
-Menotti del Picchia (1892-1988)
-Oswald de Andrade (1890-1953)
-Plínio Salgado (1895-1975)
-Raul Bopp (1898-1984)
-Ronald de Carvalho (1893-1935)

~~ Obras ~~


-Alguma Poesia
-Amar, verbo intransitivo
-Angústia
-Brás, Bexiga e Barra Funda
-Contos Novos
-Fogo Morto
-Libertinagem
-Macunaíma
-Manuelzão e Miguilim
-Morte e Vida Severina
-O Amanuense Belmiro
-Primeiras Estórias
-São Bernardo

domingo, 11 de julho de 2010

Fernando Pessoa


Fernando Antônio Nogueira Pessoa foi um dos mais importantes escritores e poetas do modernismo em Portugal. Nasceu em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa (Portugal) e morreu, na mesma cidade, em 30 de novembro de 1935.


Biografia


Fernando Pessoa foi morar, ainda na infância, na cidade de Durban (África do Sul), onde seu pai tornou-se cônsul. Neste país teve contato com a língua e literatura inglesa.

Adulto, Fernando Pessoa trabalhou como tradutor técnico, publicando seus primeiro poemas em inglês.

Em 1905, retornou sozinho para Lisboa e, no ano seguinte, matriculou-se no Curso Superior de Letras. Porém, abandou o curso um ano depois.
Pessoa passou a ter contato mais efetivo co
m a literatura portuguesa, principalmente Padre Antônio Vieira e Cesário Verde. Foi também influenciado pelos estudos filosóficos de Nietzsche e Schopenhauer. Recebeu também influências do simbolismo francês.

Em 1912, começou suas atividade como ensaísta e crítico literário, na revista Águia.

A saúde do poeta português começou a apresentar complicações em 1935. Neste ano foi hospitalizado com cólica hepática, provavelmente causada pelo consumo excessivo de bebida alcoólica. Sua morte prematura, aos 47 anos, provavelmente aconteceu em função destes problemas, pois apresentou cirrose hepática.


O ortônimo e os heterônimos de Fernando Pessoa


Fernando Pessoa usou em suas obras diversas autorias. Usou seu próprio nome (ortônimo) para assinar várias obras e pseudônimos (heterônimos) para assinar outras. Os heterônimos de Fernando Pessoa tinham personalidade própria e características literárias diferenciadas.

Obras de Fernando Pessoa

· Do Livro do Desassossego

· Ficções do interlúdio: para além do outro oceano
· Na Floresta do Alheamento
· O Banqueiro Anarquista
· O Marinheiro
· Por ele mesmo


Algumas Poesias de Fernando Pessoa
· A barca

· Aniversário
· Autopsicografia
· À Emissora Nacional
· Amei-te e por te amar...
· Antônio de Oliveira Salazar
· Elegia na Sombra
· Isto
· Liberdade
· Mar português
· Mensagem

Prosas de Fernando Pessoa
· Pessoa e o Fado: Um Depoimento de 1929
· Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação
· Páginas de Estética e de Teoria e de Crítica Literárias

Vanguarda Européia


É o conjunto de tendências que, numa determinada época, se opõem às tendências CULTURAIS, principalmente no campo das artes. Os textos seguintes registram alguns dos princípios fundamentais dos movimentos de vanguarda europeus do início do século XX. Cronologicamente, tais manutenções artísticas surgiram em torno da 1º Guerra Mundial, compreendendo o período que a antecedeu e o período que a sucedeu - quando então o mundo já se preparava para a 1º Grande Guerra.

Vanguardas positivas: são movimentos artísticos que buscam adequar a arte à "nova sociedade" do século XX, não mais norteada pelo pensamento romântico, idealizador, mas pelo pensamento moderno, que busca a realidade.
Essa denominação provém da objetividade desses movimentos, o que os aproxima do positivismo, corrente sociológica que prega a cientificidade e a busca pelo progresso.

Movimentos constituintes da Vanguarda positiva :
  • Cubismo
  • Construtivismo
  • Neoplasticismo
  • Suprematismo
  • Abstracionismo
  • Concretismo

Vanguardas negativas: são movimentos artísticos que pregam a separação entre a Arte e a sociedade, ao contrário dos movimentos denominados "vanguardismo positivos", que desenvolveram-se em mesma época. Para esses movimentos a arte é indiferente a qualquer elemento exterior a ela mesma, devendo existir por si própria, buscando-se, ao fazê-la, o extremo da qualidade conceitual que a obra pode adquirir, ficando em segundo plano a preocupação com o sentido ou a mensagem, num sentido objetivo, podendo porém buscar apenas a expressão pessoal. Essa característica pode ser facilmente observada em poemas surrealistas.

Os três movimentos constituintes da vanguarda negativa:
  • Surrealismo
  • Dadaísmo
  • Futurismo

Modernismo em Portugal

O marco inicial do Modernismo em Portugal foi a publicação da revista Orpheu, em 1915, influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias, como o Futurismo, o Expressionismo, etc., reunindo Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros, entre outros.

A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de desagregação de valores. Os modernistas portugueses respondem a esse momento, deixando atrás o acanhado meio cultural português, entregando-se à vertigem das sensações da vida moderna, da velocidade, da técnica, das máquinas. Era preciso esquecer o passado, comprometer-se com a nova realidade e interpretá-la cada um a seu modo. Nas páginas da revista Orpheu, esta geração publicou uma poesia complexa, de difícil acesso, que causou um grande escândalo naquela época. Mas a revista Orpheu teve uma curta duração publicando-se apenas um número mais e não tornaram a haver novas edições da mesma.

São características de estilo deste movimento: o rompimento com o passado, o carácter anárquico, o sentido demolidor e irreverente, o nacionalismo com múltiplas facetas - o nacionalismo crítico, que retoma o nacionalismo em uma postura crítica, irónica e questiona a situação social e cultural do país, e o nacionalismo ufanista (conservador), ligado principalmente às posturas da extrema-direita, grupo verde-amarelo, Plínio Salgado, que mais tarde viria a ser o integralismo.